quarta-feira, 18 de novembro de 2009

gaba-te cesto

Aviso: este post é extremamente vaidoso - só lê quem quer, não diga que não avisei!

No centro de análises, diz-me a enfermeira, depois de estarmos quase há uma hora à espera: "O seu filho é a criança mais bem comportada que já tivemos aqui. Estou a falar a sério." E eu acredito que esteja, porque também acho que ele é a criança mais bem comportada que conheço. Tem os seus dias, é certo, mas é um menino calmo, alegre, educado, com bom coração. Temos muita sorte. Mas também acho que temos feito um bom trabalho como pais.
Aqui vejo muitos livros e programas de televisão sobre como educar os filhos. É uma sociedade bastante mimada mas que tem consciência disso e, consequentemente, procura diversos gurus (de preferência, senhoras inglesas, é engraçado) para tentar pôr a criançada na ordem. Se o Diogo também sair atinadinho, estou a pensar montar negócio na área mas, entretanto, aqui ficam 10 "segredos" (sem ordem de importância) que nos têm ajudado a tentar fazer do mais velho um ser humano feliz, decente e civilizado:

- Afecto. Não é sufocá-lo de beijinhos mas às vezes é preciso amassá-lo com meiguice;
- Calma. Pais nervosos, ansiosos, medrosos e inseguros não ajudam os filhos em nada;
- Consistência. Se o pai diz A a mãe não pode andar a fazer B (e sabe Deus como discordamos tantas vezes). E tambem não se pode dizer uma coisa hoje e amanhã fazer tudo ao contrário;
- Sossego. As crianças precisam de dormir e isso é uma regra de ouro. E os pais precisam de descansar, por isso os filhos têm de compreender de início que também temos de ter tempo para nós;
- Independência. É muito importante estimular o gosto por conseguir fazer pequenas coisas por si próprio, inclusive ajudar nas tarefas domésticas (de acordo com a idade, claro);
- Brincadeira. Eles precisam de brincar sozinhos mas também ficam incomparavelmente felizes quando paramos tudo para brincar um pouco com eles;
- Fronteiras intrafamiliares. Pais são pais e casal é casal. O casal não pode deixar de ser casal e isso traduz-se em coisas tão simples como na cama de "casal" (e não da filharada toda) ou no facto de a mãe não passar a andar sempre no banco de trás do automóvel, enquanto o pai é promovido a motorista;
- Não confundir parentalidade com amizade. Quem manda aqui são os pais, que não haja confusões. É importante explicar, tanto quanto possível, mas a nossa palavra é a última e às vezes tem de ser acatada mesmo que não compreendida;
- Honestidade. Não ter medo de dizer não. A frustração faz parte da vida. Não arranjar desculpas e historietas para levar a nossa avante. Não defraudar expectativas justas e não deixar de cumprir promessas (mais vale não as fazer, nesse caso);
- Humildade. Toda a gente erra. Ninguém sabe tudo. Às vezes, temos de pedir desculpa. E as crianças têm de aprender desde pequeninas que é assim, inclusive com os pais.

2 comentários:

Nô Calaim disse...

Gostei de ler!!

Nada de "vaidosises"... reescrevo tudo o que teclaste.

Mas nem sempre a vida prática premito-nos executar linearmente o que defendemos em teoria. A vida tem tantos momentos diferentes e as mudanças nas sociedades são tão repentinas, vamos lá nós conseguir acompanhar.

...e mais... nunca conseguiremos ser pais perfeitos (infelizmente)

Beijokas aos 4

Jolie disse...

por cá fazemos o mesmo timtim por timtim, ou melhor... quase timtim por timtim que a parte da cama :p é uma daquelas teorias que defendi antes mas que mandei às urtigas depois :)

beijos