domingo, 11 de julho de 2010

Que divertido que é...

Então uma pessoa vai fazer um voo de cross-country sozinho (de cerca de 2 horas tempo total), e o que é que sucede...
- Depois de levantar voo do primeiro aeroporto onde era suposto aterrar, começo a ouvir as comunicações da torre todas cortadas... Estranho, pensei eu, não estou assim tão longe.
- Mais um bocado, e mudo de frequência para o aeroporto onde ia aterrar a seguir... Não ouço nada... Nem consigo transmitir. Começo então a andar as voltas para não violar o espaço aereo controlado. Tento radio 1, o radio 2, diversas frequencias, tento mudar os conectores dos asucultadores para os do lugar do passageiro... E nada. Mudo código de transponder para 7600 (falha de comunicações).
- Nessa altura começo a ver uma indicação de "off" no "turn coordinator" (que é um instrumento que utiliza energia electrica para funcionar). Maaaauuu, penso eu. Isto é uma falha electrica...
- Olho para o amperimetro, e a leitura é normal... Olho para a luz de baixa voltagem, e está apagada (normal). No entanto nesta altura não tenho muitas duvidas que posso estar a ficar sem energia electrica.
- Pego na checklist de emergencia, falha electrica, e sigo os procedimentos... Desliguei radios, transponder, tudo (incluindo VORs e afins, pelo que fiquei só com o mapa para navegar)... Segui então para a vertical de Reading (onde era suposto aterrar antes de voltar para Princeton), e, sem aterrar, tomei o rumo de princeton e lá fui eu...
- Finalmente, a chegada a princeton tentei outra vez ligar os radios, etc... E nada. Preparei-me para fazer uma aterragem sem flaps. No downwind tentei activar os flaps, sem efeito. E pronto... Aterrei sem flaps em segurança em Princeton. E até devo dizer que foi uma das minhas melhores aterragens (mesmo sem flaps).
- Estacionei a geringonça, e fui informar os senhores que bem podem deitar a bateria para o lixo...

E é tudo. Obrigado, e uma boa semana.

4 comentários:

Ana C. disse...

Tu és perigosamente marado.

Mariana disse...

É que uma pessoa nem sabe o que há de dizer. Mais valia quando andavas nos planadores e tinhas pára-quedas. Isso tem pára-quedas, ao menos? Já é tanta a confusão (e ainda nem acabaste o curso) que ainda te vou ver a acreditar em Deus!

Inês Martins Costa disse...

PUXA!!! Que grande aventura... No fim são e salvo! Isso é que é importante. Bjs,

Vida Musical disse...

Tens que ver esta experiência pelo lado positivo. Agora já estás mais preparado para as emergências dos voos.
Ninguém te diz que não fizeram de propósito... Jokas